Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Segurança Pública

Início do conteúdo

Polícia Civil deflagra terceira fase da Operação Macchina Nostra em combate ao roubo e clonagem de veículos

Publicação:

Investigações apontaram que organização criminosa teve participação no roubo de aproximadamente 1.500 veículos.
Investigações apontaram que organização criminosa teve participação no roubo de aproximadamente 1.500 veículos. - Foto: Polícia Civil
Por Fabiano Costa/Polícia Civil

Na manhã desta sexta-feira (17), a Polícia Civil, através da Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos (DRV) do Deic, deflagrou  a terceira fase da Operação Macchina Nostra em Novo Hamburgo, Dois Irmãos e Alvorada. Esta terceira fase da operação, que visa desarticular duas células de clonadores, intermediários e estelionatários da organização criminosa responsável por roubar centenas de carros entre outubro de 2015 a abril de 2017 em Porto Alegre e região metropolitana foi denominada Os Novos Companheiros, pois, usando técnicas modernas de investigação e ferramentas legais da lei do crime organizado, foram angariadas mais provas contra os membros originais, além da inclusão de outros oito alvos importantes, não identificados na fase inicial. 

Na complexa investigação, foi possível identificar com precisão a divisão de tarefas entre os membros para efetivar o maior número possível de roubos de veículos por dia na capital e demais cidades da região metropolitana, buscando a imediata negociação do carro recém-subtraído, para em poucas horas adulterá-lo, conforme o pedido, e vendê-lo ao preço variável de R$5.000,00 a R$15.000,00, a depender do modelo.
 
A organização criminosa descoberta por esta Especializada teve participação direta ou indireta no roubo de aproximadamente 1.500 veículos na capital e região metropolitana, tendo movimentado financeiramente aproximadamente seis milhões de reais no período, consistente nos pagamentos para execução dos roubos, confecção dos documentos de rodagem e propriedade, adulterações das numerações dos veículos (clonagem) e posterior venda para criminosos de diversas cidades do Estado e do País. O grupo era responsável por vender veículos aqui roubados também para outros dez estados brasileiros, amplamente comprovado na Investigação mediante infiltração e ação controlada, que durou um ano. 

Na primeira fase foram presos e indiciadas 29 pessoas no total, em uma ação simultânea em 17 cidades do RS, SC e PR, todos com prisão preventiva decretada, bem como seqüestrados bens móveis, imóveis, jóias e ativos financeiros em instituições bancárias, em um total de aproximadamente 3 milhões de reais. Logo em seguida, uma segunda fase da investigação foi concluída, com a remessa do Inquérito Policial referente a lavagem de dinheiro, onde foram indiciados 5 integrantes, com respectivas prisões e novo seqüestro de bens e ativos financeiros. 

No dia de hoje foram cumpridos 15 mandados de busca, oito de prisão e uma custódia do principal assaltante da organização, contra quem foram obtidas mais provas de sua intensa participação. A Operação Macchina Nostra, nas fases I, II e III teve importante atuação processual da Promotoria de Justiça de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro. 

Dentre os novos presos, todos têm antecedentes criminais, destacando-se um dos envolvidos que trabalhava como locutor/apresentador de uma rádio em Canoas/RS, e tinha efetiva participação no recebimento e intermediação da venda de carros subtraídos pelos componentes executores dos roubos. Ele já havia sido preso anos antes no interior da câmara de vereadores de Novo Hamburgo, flagrado na realização de Estelionato. 

Oitenta policiais civis e três delegados participaram da operação que ocorreu em Novo Hamburgo, Dois Irmãos e Alvorada. Foram presas cinco pessoas e apreendidos dois automóveis, petrechos de clonagem, armas e cinco mill  e oitocentos reais em espécie. 

Segundo os delegados Adriano Nonnenmacher e Marco Guns, coordenadores da ação, foi uma investigação ampla, difícil, mas com êxito até aqui, abarcando 39 criminosos, muitos de alta periculosidade, que atuavam de forma organizada e discreta em roubos, clonagem, falsificações e venda de veículos mediante estelionato. 

Para o Delegado Sander Cajal, Diretor de Investigações do Deic, a terceira fase da operação demonstra a real qualificação no combate ao crime organizado. Além de desestruturar, segregar os envolvidos e buscar o sequestro dos bens, a operação ataca uma tentativa de reestruturação criminosa, demonstrando que a polícia não encerra seu monitoramento em apenas uma etapa. 

O Diretor do Deic, Delegado Rodrigo Bozzetto, frisa que o trabalho desenvolvido pela DRV, especialmente nos resultados até então demonstrados com a operação Macchina Nostra, em suas três fases, é algo de grande importância no âmbito investigativo e que deve ser reconhecido como trabalho de excelência, em razão da técnica, profissionalismo e empenho da equipe. A coordenação dos trabalhos por meio da DINC, na figura do Delegado Cajal, bem como à presidência dos IPs pelos Delegados Adriano e Marco, só ratificam e chancelam a escolha da Direção para o eficaz combate a esses delitos, dentro do possível.

 

 

Secretaria da Segurança Pública