Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Segurança Pública

Início do conteúdo

IGP alcança 1,3 milhão de laudos emitidos digitalmente

Digitalização de perícias traz agilidade ao atendimento

Publicação:

Captura de tela do sistema de laudo digital do IGP.
Substituindo o papel, IGP desenvolveu um sistema que, além de sustentável, é eficaz no acesso à informação. - Foto: Divulgação/IGP

O IGP alcançou, em dezembro do ano passado, a marca de 1 milhão e 300 mil perícias emitidas em laudo digital. Além da gigantesca economia em papel (aproximadamente 5,2 milhões de folhas A4), esse número simboliza uma longa trajetória em busca de inovação. O trabalho analógico deu lugar ao digital, trazendo benefícios que se refletiram na velocidade de emissão dos laudos. 

Fotografia de uma perícia antiga.
As perícias eram arquivadas em pastas, tornando a pesquisa demorada - Foto: Arquivo/IGP
O caminho para a implantação do Protocolo Geral de Perícias (PGP), passou por diversas mudanças. Até 1999, qualquer pesquisa sobre uma perícia era feita revirando fichários e arquivos. O servidor responsável levava horas folheando dezenas de arquivos para acessar as informações dos protocolos. O trabalho era pesado, tornando a pesquisa lenta e pouco dinâmica. “Quando alguém pedia uma informação, eu levava de duas a três horas para encontrá-la”, comenta Horis Luis Garcia Rizzon, chefe da Seção de Engenharia do Departamento de Criminalística (DC) entre 1999 e 2000, e depois chefe da Divisão de Perícias da Capital de 2003 a 2008, responsável pela implementação do sistema.

Com a intenção de melhorar o fluxo de informação dentro do DC, foi criado o primeiro esboço do que viria a se tornar o Protocolo Geral de Perícias (PGP). Com base em um sistema usado pelo Departamento Médico-Legal (DML) na época, algumas seções do DC, como Engenharia, Balística e Documentoscopia, criaram sistemas próprios de controle de protocolos, usando o programa Microsoft Access. Horis conta que, no início, os dados sobre as perícias se mantinham dentro da própria Seção. Eram feitos backups constantes, além de salvá-los em disquetes, para armazenar e organizar o banco de dados.

Em 2002, a Companhia de Processamento de Dados do RS (Procergs) foi contratada para desenvolver e implementar um sistema unificado de protocolo de perícias para o DC. O Protocolo do Departamento de Criminalística (PDC) fazia o controle das perícias, salvando dados como a data de solicitação, data em que o atendimento foi realizado, controles dos atendimentos, entregas dos laudos, relatórios com estatísticas, entre outros. Entretanto, os sistemas em cada seção ainda funcionavam de forma individual e não tinham conexão com um banco de dados via rede. E, como os servidores precisavam se adaptar às mudanças, algumas  anotações ainda eram feitas de forma manual.

Unificando os dados - A implementação efetiva do PDC foi decidida em 2003. Levou cerca de um ano para a migração para um sistema unificado. O novo protocolo tinha um banco de dados por rede, além da possibilidade de atualização em suas versões, adicionando melhorias conforme fossem sugeridas por quem trabalhava diretamente com ele. Uma das mais importantes atualizações do PDC, foi a inclusão das solicitações de perícia pelo então Centro Integrado de Operações (Ciosp), de forma remota. “Os atendimentos eram notificados através do PDC no computador, agilizando o atendimento das equipes que estavam de plantão para o atendimento de locais de crime”, lembra Horis.

Com a padronização entre os setores finalizada, qualquer servidor que possuía acesso ao PDC conseguia analisar a situação de uma perícia, em tempo real. Porém, enquanto o Departamento de Criminalística na Capital passava por essa reformulação digital, os Postos de Criminalística (PC´s) no interior do Estado ainda careciam de estrutura para fazer o projeto funcionar. O interior enviava os atendimentos prestados para a Capital, e os servidores do DC adicionavam as informações ao sistema. Por volta de 2008, com a conexão dos postos do interior à rede de informática do Estado, houve a implantação do sistema PDC, fazendo com que os PC´s  passassem a operar de forma online.

Já em 2009, com uma reformulação da direção do IGP e criação da Divisão de Tecnologia da Informação (DTI), foi feito um estudo para a criação de um sistema corporativo, que gerenciasse todas as demandas de perícias da instituição. A proposta resultou na transformação do PDC, sistema que carregava apenas o nome do Departamento de Criminalística, em PGP (Protocolo Geral de Perícias). “Essa transformação unificou de vez a comunicação do IGP, através de um sistema rápido e preciso de informações”, explica Horis. 

Laudo Eletrônico Digital - Outra implementação marcante vinda com a digitalização do PGP foi a possibilidade da criação do Laudo Eletrônico. O documento deixou de existir de forma impressa, sendo produzido um documento digital. Para isso, o PGP precisou se adequar novamente, adotando a certificação digital, que tornaria o documento legítimo. Uma parceria com o Banrisul fez a adição dessa tecnologia. Para a criação do documento digital, foi necessária a construção de um novo conceito de sistema e mais uma atualização, o PGP Web, que se tornou a versão do sistema preparado para o ambiente internet. A plataforma também registra qual departamento emitiu o documento, criando um registro que acompanha todo o processo de formatação. Após a confecção, o documento é enviado para uma caixa de tarefas, onde o perito responsável consegue revisar e assinar eletronicamente. Depois de assinado e liberado, ele é encaminhado digitalmente à autoridade policial demandante. “O PGP Web tornou possível a criação e edição dos laudos digitais diretamente na plataforma, tornando mais ágil o processo da emissão”, afirma André Assis, Chefe da DTI.

O futuro do PGP - Com o advento das novas tecnologias, é preciso ampliar as formas de acesso ao PGP. A equipe responsável pelo projeto tem em mente a necessidade da modernização, adequando aos novos padrões de tecnologia, dando através da mobilidade e portabilidade, a possibilidade de acessar todos os recursos em diversos dispositivos em qualquer lugar. “Isso deve resultarem mais produtividade e celeridade na emissão de laudos, o que gera impactos positivos no fluxo de persecução penal”, comenta Assis.

Secretaria da Segurança Pública