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Método de análise criminal da SSP do RS é case de seminário nacional

Automatização de dados para Gestão de Estatística em Segurança (GESeg) do RS Seguro foi apresentada em Brasília

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Representante da SSP-RS apresenta trabalho desenvolvido na secretaria em seminário em Brasília. Em um telão, são mostrados com dados da apresentação.
Processo adotado na secretaria gaúcha foi apresentado como exemplo no seminário do Ministério da Justiça e da Segurança Pública - Foto: Divulgação / SSP
Por Carlos Ismael Moreira / SSP

O trabalho de automatização de painéis gráficos e informações criminais desenvolvido no programa transversal e estruturante RS Seguro, para aprimorar o uso de evidências na análise e no planejamento de ações, será utilizado como exemplo aos demais Estados do país no Seminário de Boas Práticas em Tecnologia da Informação Voltadas à Segurança Pública. O evento, que ocorre nestas terça-feira e quarta-feira (20 e 21), em Brasília, é promovido pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP). 

O engenheiro de produção e analista criminal Lucas Benz, integrante do Observatório Estadual da Segurança Pública, da Secretaria da Segurança Pública do RS (SSP), viajou à capital federal para fazer a apresentação intitulada “Data-Driven para Tomada de Decisão”. Em tradução livre, o termo em inglês significa “orientação por dados”, que é o processo de utilização de evidências do cenário real para fazer planejamento, neste caso, das ações de combate à criminalidade. 

Para aplicação da técnica, Benz liderou no Observatório a criação de um processo que permitiu multiplicar a quantidade de gráficos e tabelas de análise produzidas para utilização dos gestores das instituições vinculadas à SSP, e reduziu em mais de 80% o tempo de trabalho para compilação dos números. O que antes era feito de forma manual e necessitava da dedicação integral de um servidor durante três horas e 35 minutos, agora é realizado de forma automática em 40 minutos a partir de um só clique, e o analista ainda fica livre para dar conta de outras tarefas. 

Engenheiro de produção, Lucas Benz apresenta trabalho do Observatório da Segurança Pública em evento em Brasília. Em um púlpito, ele fala ao microfone. Ao fundo, banner da diretoria federal que promove o evento.
Lucas Benz liderou o trabalho no Observatório Estadual da Segurança Pública - Foto: Divulgação / SSP

“A Segurança Pública não pode perder tempo montando relatórios manualmente todos os dias. O que fizemos foi aplicar o conhecimento de tecnologias acessíveis gratuitamente para evitar desperdício de tempo e melhorar o processo de trabalho sem gerar qualquer custo extra para a administração pública”, explica Benz. 

Foi a partir desse processo automatizado de compilação dos números que o RS Seguro implantou o grupo da Gestão de Estatística em Segurança (GESeg). Trata-se do ciclo mensal de análise dos números da criminalidade, que culmina em uma reunião avaliativa liderada diretamente pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, com representantes da Polícia Civil, da Brigada Militar e do Instituto-Geral de Perícias (IGP) dos 18 municípios priorizados pelo RS Seguro

Nessa reunião, a partir do trabalho desenvolvido no Observatório, é possível examinar cenários de longo, médio e curto prazo. A GESeg acompanha quatro indicadores: os crimes violentos letais intencionais (CVLI) – que incluem homicídios e latrocínios, por exemplo –, os roubos de veículos, os roubos a pedestres e mais um indicador local, escolhido por cada um dos 18 municípios priorizados. Para todos esses critérios, o Data-Driven do Observatório fornece aos gestores diferentes tipos de gráficos que confrontam dados atuais com índices do ano anterior. É possível comparar os números de acumulados em 12 meses, no ano, em determinado mês e até na última semana antes da reunião da GESeg. Além disso, os gráficos também confrontam a série histórica dos últimos cinco anos com uma linha média, o que permite visualizar ao longo do período os picos de alta ou baixa em cada indicador analisado.

Para colocar esse método em prática, Benz usou softwares gratuitos (como Visual Basic e a linguagem de programação R) e desenvolveu algoritmos que, aplicados sobre a base de ocorrências mensal extraída pela Companhia de Processamento de Dados do RS (PROCERGS), constroem automaticamente tabelas, gráficos e mapas de distribuição dos crimes. A criação do processo que atualiza os dados com a visão geral de todo o Estado, do grupo de 18 municípios priorizados pelo RS Seguro e de cada uma dessas cidades individualmente, levou cerca de duas semanas. 

Além disso, em cerca de dois dias, foi desenvolvido outro algoritmo que cria uma tabela comparativa de números do ano atual e do anterior para qualquer município do Estado. Em média, o Observatório atende 20 solicitações por dia desse tipo de demanda de diferentes cidades. Antes, cada um desses pedidos levada cerca de 10 minutos para ser finalizado. Agora, em um clique, o resultado fica pronto em menos de dois minutos. 

O trabalho reflete diretamente as premissas de inteligência e investimento qualificado que orientam o RS Seguro. O diretor do Observatório, major Roberto Donato, destaca o caráter inovador do trabalho e a capacidade para otimizar os recursos do Estado com melhores resultados. “Inovação não precisa ser criar algo do zero. Buscar ferramentas existentes e o conhecimento necessário para usá-las na aceleração do trabalho do Estado é um grande exemplo de inovação”, avaliou Donato.

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