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Operação da Polícia Civil desarticula esquema de tele-entrega de drogas em Porto Alegre e no Litoral Norte

Ação mobilizou 300 policiais, cumpriu mandados no RS e prendeu líder no Rio de Janeiro

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Oito policiais civis conversam em roda vestindo coletes balísticos com os dizeres "Polícia Civil"
Mais de 300 policiais foram mobilizados na manhã desta quinta-feira (21/3) - Foto: Divulgação PC

A Polícia Civil, por meio da 3.a Delegacia de Investigações do Narcotráfico (3.DIN/Denarc), na manhã desta quinta-feira (21/3), deflagrou a Operação El Patron.

O objetivo foi desarticular uma organização criminosa que dominava o maior esquema de tele-entrega de entorpecentes de Porto Alegre e do Litoral Norte gaúcho para clientes de alta renda. O esquema era comandado por um criminoso que estava no Rio de Janeiro e, conforme a investigação, uma rede de barbearias era usada para lavagem de dinheiro.

Aproximadamente 300 policiais civis cumpriram 200 ordens judiciais em Porto Alegre, em cidades da Região Metropolitana, do Litoral Norte e na cidade do Rio de Janeiro.

Foram 55 mandados de busca e apreensão domiciliar, uma busca e apreensão em uma casa prisional gaúcha, além de ordens de prisão preventivas e temporárias, dezenas de bloqueios de contas bancárias, quebras de sigilos bancário e fiscal e sequestro de patrimônio oriundo do crime organizado.

A investigação iniciou após uma prisão em flagrante realizada no final do ano de 2022. O homem preso fazia parte de um grande e complexo esquema de entrega de entorpecentes de alta qualidade destinados a pessoas com alto poder aquisitivo.

Na ocasião da prisão, o indivíduo foi localizado com centenas de porções de entorpecentes que estavam sendo distribuídas a clientes em Porto Alegre e em cidades do litoral do RS.

Apurou-se que o grupo possuía, ao menos, 20 entregadores atuando 24 horas na distribuição de drogas a clientes fixos com alto poder aquisitivo em Porto Alegre, cidades da Região Metropolitana e, principalmente, no Litoral Norte, nas cidades de Torres, Capão da Canoa e Tramandaí.

As vendas eram feitas mediante a inserção dos compradores em grupos em redes sociais, e os entregadores levavam os entorpecentes até os clientes.

No início do trabalho investigativo, o líder do grupo criminoso estava no sistema prisional, o que não impedia a coordenação das atividades ilícitas. Em meio à investigação, o preso recebeu um benefício prisional e saiu do cárcere. Ele não retornou quando solicitado e passou a ser considerado foragido.

A investigação identificou que o líder estava na cidade do Rio de Janeiro, levando uma vida de luxo financiada pelo tráfico de drogas. Na véspera da deflagração da operação policial, a equipe de investigação da 3.a DIN/Denarc foi à capital fluminense para localizar o líder, com apoio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil local.

O homem foi localizado e preso em área de luxo do Rio de Janeiro. Seus gastos mensais oscilavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Após a prisão, o indivíduo foi trazido de volta ao RS para responder criminalmente por seus delitos.

Durante o período de investigação, foi verificada uma movimentação financeira de pelo menos R$ 20 milhões. Considerando apenas os valores oriundos do Litoral Norte, eram aproximadamente R$ 500 mil ao mês.

Para mascarar e ocultar a origem desse patrimônio ilícito, o grupo utilizava uma empresa de fachada, constituída sob uma pessoa jurídica de locação de veículos, bem como por meio de “laranjas” com renda incompatível com a declarada. Os valores eram, então, direcionados a empresários, que os transferiam a contas bancárias de uma rede de barbearias de Porto Alegre.

Os três proprietários dessas barbearias responsáveis por movimentações milionárias também são alvos da operação, com prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário.

Todas as barbearias também estão sendo objeto de mandado de busca e apreensão, de modo a elucidar o que é patrimônio lícito do que é oriundo do tráfico de drogas.

Preliminarmente, o Poder Judiciário determinou o sequestro de aproximadamente R$ 5 milhões em patrimônio do crime organizado, com a indisponibilidade de dois imóveis de alto padrão e 25 veículos de luxo.

“Esse trabalho é fruto de uma investigação muito técnica que seguiu de forma detalhada o rastro do dinheiro ilícito, possibilitando responsabilizar criminalmente pessoas que se achavam acima da lei”, destacou o delegado Gabriel Borges, da 3.DIN/Denarc.

Texto: Ascom-Polícia Civil
Edição: Ascom-SSP

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