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Operação Desmanche chega na Fronteira Oeste e registra sua maior apreensão

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250 toneladas de sucata automotiva foram apreendidas
250 toneladas de sucata automotiva foram apreendidas - Foto: Divulgação/ FT operação desmanche
Por Lurdenir Matos/SSP

A 50ª Operação Desmanche foi desencadeada nesta quinta-feira (28) no município de Santana do Livramento. Em sua primeira edição na Fronteira Oeste do Estado, foram recolhidas cerca de 250 toneladas de sucata automotiva com pelo menos 125 carcaças de veículos, além de motores e peças diversas. Um estabelecimento foi fechado e uma pessoa presa por crime ambiental. Essa é a maior apreensão já registrada em uma única edição da Operação Desmanche.

A ação visa combater a receptação e o desmanche de veículos roubados, além de coibir o funcionamento de estabelecimentos irregulares, os chamados “ferros velhos”. Desde a sua primeira edição, em fevereiro de 2016, a operação já resultou na prisão de mais de 60 pessoas, além de 86 locais interditados.

O secretário em exercício, coronel Everton Oltramari, enfatiza a importância da expansão da força-tarefa para diversas regiões do Estado. “Ao estender as ações para o interior, mostramos que trabalhamos fortemente para diminuir os índices de roubo e furto nessas regiões, a exemplo da redução do furto de veículos em Porto Alegre que chegou a 18% no último semestre” completa.

Entre os materiais ilegais, foram identificadas peças oriundas do Uruguai. O coordenador da força-tarefa, tenente coronel Cesar Augusto Pereira da Silva, destaca a importância da ação pelas características da região. “Em Santana do Livramento foi verificada a incidência de furtos de veículos antigos, justamente para comercialização de peças. Além disso, visamos combater a movimentação desses itens para o Uruguai”, completa.

Em agosto de 2015 entrou em vigor a Lei Federal 12.977 (Lei dos Desmanches), com o objetivo de combater a receptação de veículos roubados. Desde então, somente podem atuar no comércio de peças usadas empresas registradas no Detran/RS. Essas empresas devem seguir uma série de requisitos e incluir cada uma das peças à venda no sistema informatizado, vinculando-as à nota fiscal e à placa do veículo de origem. O Rio Grande do Sul possui hoje 309 empresas de desmanches registradas.

O coordenador da FT destaca a importância do consumidor se certificar se o estabelecimento onde irá adquirir as peças está devidamente credenciado no Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS). “Os locais credenciados possuem uma placa do Detran logo na entrada. A compra de peças sem procedência apresenta um grande risco para o consumidor, além de alimentar e fortalecer o crime”, informou. 

Na primeira edição na Fronteira Oeste, ocorreu a maior apreensão de materiais irregulares
Na primeira edição na Fronteira Oeste, ocorreu a maior apreensão de materiais irregulares - Foto: Divulgação/ FT operação desmanche

Trabalho Integrado

A operação é resultado da união de esforços entre Polícia Civil, Brigada Militar, Instituto Geral de Perícias e o Detran/RS. Além disso, as peças apreendidas são encaminhadas para a Gerdau que, graças a uma parceria com o Estado, as transformam em material de trabalho. “Durante as 50 edições, foram apreendidas mais de três mil toneladas de sucata automotiva. O custo para a destruição dessas peças seria muito alto para o Estado, que passa por uma forte crise em suas finanças. A parceria com a Gerdau é de extrema importância, que, por meio da reciclagem, dá um novo destino para este material”, falou.

A operação já passou por 26 municípios do Rio Grande do Sul: Santana do Livramento, Santa Maria, Carlos Barbosa, Sapiranga, Eldorado do Sul, Erechim, Guaíba, Porto Alegre, Cachoeirinha, Portão, Gravataí, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Novo Hamburgo, Montenegro, Pelotas, São Sebastião do Caí, Estrela, Parobé, Esteio, Alvorada, Camaquã, Caxias do Sul, Capão da Canoa e Torres.

Força-tarefa

A força-tarefa foi designada pelo governador José Ivo Sartori para atuar na fiscalização dos estabelecimentos ilegais. Cada um dos órgãos envolvidos tem uma função específica nas operações. A Secretaria da Segurança Pública coordena o trabalho do grupo e também define os alvos, através do Setor de Inteligência. O Instituto-Geral de Perícias tem a função de identificar peças roubadas e atua na parte criminal das operações, juntamente com a Polícia Civil, que também efetua as prisões. O Detran/RS autua administrativamente as empresas e coordena todo o trabalho de apreensão da sucata e sua destinação para reciclagem. A Brigada Militar, por fim, faz a segurança de toda a operação com policiais do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).

Consulta a peças

O consumidor também pode ajudar a desestimular o comércio ilegal de peças usadas, comprando somente em empresas credenciadas ao Detran/RS. Essas empresas têm na fachada o logotipo da autarquia, e cada peça é vendida com código de barras e nota fiscal eletrônica. Também é possível consultar no site, a relação de empresas credenciadas ao Estado. Nos chamados Centros de Desmanches de Veículos (CDVs), além da garantia de origem lícita, as peças passaram pelo aval de um responsável técnico, que atesta suas condições de segurança. No link também é possível fazer uma busca por peças e por município.

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