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Operação Paranhos desarticula grupo criminoso associado para o tráfico de drogas na região de Canoas

Os membros do grupo criminoso apoiavam financeiramente agiotas atuantes em Canoas

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Imagem mostra policiais em auditório durante briefing da operação.
Operação Paranhos desarticula grupo criminoso associado para o tráfico de drogas na região de Canoas - Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) deflagrou, na manhã desta terça-feira (9/4), a Operação Paranhos, visando a desarticulação de um grupo criminoso associado para o tráfico de drogas na região de Canoas. Conduzida pela 1.ª Delegacia de Polícia de Canoas, a operação viu o cumprimento de 102 ordens judiciais — 28 prisões preventivas, 44 mandados de busca e apreensão e 30 bloqueios de ativos financeiros contra membros da associação criminosa. Até o momento, 22 pessoas foram presas.

Os mandados de busca e prisão, resultados de uma investigação de oito meses, foram executados nos municípios de Canoas, Portão, São Sepé, Estância Velha, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Viamão e envolveram 250 policiais civis. A ação contou com o apoio da Susepe para o cumprimento de mandados em três casas prisionais (de onde também partiam ordens do crime), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

O início das investigações

Segundo o Delegado Marco Guns, a investigação começou com o aprofundamento da fonte financeira de grupos indiciados por prática de extorsão por agiotagem. Dessa forma, a PCRS realizou a operação Extorsor, dividida em três fases, conduzidas ao longo de 2023, o que resultou em 20 prisões. 

Foi descoberta a participação de uma organização criminosa atuando como fornecedora de pessoal (criminosos com antecedentes, para a prática da violência), logística e dinheiro, tudo oriundo do tráfico de drogas.

Em um dos mandados de prisão e de busca, cumpridos na segunda fase da operação Extorsor, foram apreendidos celulares em um apartamento de luxo na cidade de Novo Hamburgo — um duplex com piscina, adquirido havia poucas semanas por valor acima de R$ 1 milhão. 

A ação de hoje

A equipe de investigação da PCRS analisou mais de 70 mil documentos, entre comprovantes bancários, fotos, vídeos, áudios e demais dados telemáticos durante o período. Com base nessa apuração, foi confirmada a existência de 30 criminosos associados para a prática de tráfico de drogas na cidade de Canoas. 

Conforme o Delegado Marco Guns, o grupo criminoso desmantelado hoje chegou a movimentar, entre março e julho de 2023, cerca de R$ 3 milhões, com a aquisição e a venda de mais de 100 quilos de cocaína e crack, comercializados, em sua maioria, no bairro Rio Branco, em Canoas.

Entre as provas produzidas pela investigação, há comprovação de que membros do grupo criminoso apoiavam financeiramente agiotas que atuavam em Canoas, confirmando que pessoas endividadas (principalmente após a pandemia) recorriam, a maioria sem saber, indiretamente a traficantes de drogas para crédito, motivo pelo qual os atrasos eram cobrados violentamente.

O diretor da Delegacia Regional de Canoas, delegado Cristiano Reschke, chama a atenção para um aspecto importante no cenário criminoso apurado: “As investigações demonstram e reforçam que a junção entre traficantes e agiotas é uma fórmula que traz, além da violência habitual e de juros exorbitantes, com formação de dívidas impagáveis, um método que assola as vítimas de forma constante: a violência psicológica extrema, levada a efeito por pessoas ligadas ao tráfico, que prestam serviço de cobrança das dívidas com emprego de armamento pesado e crueldade na prática de ameaças”, disse Reschke.

Texto: PCRS
Edição: SSP/RS

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