Os bombeiros militares promoveram uma edição do Programa Guarda-Vidas Mirim para 57 crianças, que aprenderam, de forma lúdica, como evitar situações de risco ao se divertirem na água. Os participantes tiveram oficinas de primeiros socorros com demonstrações de salvamento para os diversos graus de afogamento e de procedimentos de atendimento pré-hospitalar, incluindo a reanimação cardiopulmonar (RCP).

O comandante-geral do CBMRS coronel Julimar Fortes Pinheiro, reforçou que “as ações de prevenção não podem ser pontuais, elas devem ser continuadas, em prol da preservação da vida humana”. Na mesma linha, o presidente do GNU, Ricardo Alves, destacou que, para o clube, “promover eventos assim ajuda a capacitar nossos profissionais e reforçar o valor maior que defendemos: a vida”. Também marcaram presença as secretarias estadual e municipal do Esporte e a Defesa Civil de Porto Alegre.

Prevenção reduziu em mais da metade o índice de afogamentos nas últimas décadas

De acordo com o boletim epidemiológico da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático de 2025, que tem como base dados do Datasus 2023, em média, 16 brasileiros por dia perdem a vida em afogamentos. O voluntário da Sobrasa, Eduardo Quadros, ressalta que esta é a segunda causa de óbitos em crianças de um a quatro anos de idade, a maioria deles em piscinas dentro de casa. Ações como cercamento e instalação de ralos anti-sucção são efetivas para reduzir os acidentes. Quadros reforça, no entanto, que os pais devem manter as crianças a, no máximo, um braço de distância e ficar 100% atentos aos pequenos, mesmo em locais onde há guarda-vidas.

O levantamento da Sobrasa também registra a evolução positiva das ações preventivas realizadas pelos Corpos de Bombeiros Militares e organizações da sociedade civil. Em 1979, o Rio Grande do Sul registrava 6,38 óbitos por afogamento para cada 100 mil habitantes. Em 1990, esse número caiu para 5,73 e, em 2023, o estado registrou o índice de 2,7 óbitos.

“É importante que as pessoas entendam que o afogamento ocorre quando a prevenção falha ou quando há uma falta de supervisão”, detalha o major Daniel Borges Moreno, do CBMRS. Ele afirma que uma das principais ações preventivas da corporação é a Operação Verão. “Não ocorrem óbitos onde o Corpo de Bombeiros está presente. No verão 2024/2025, nenhum afogamento foi registrado. Estamos trabalhando para reduzir esses índices onde nós não estamos, como nas piscinas de casas e clubes. Para esta frente, temos o Guarda-Vidas Mirim e, até hoje, nenhuma das crianças que participou do programa precisou de salvamento”, comemora o major Moreno. Na última Operação Verão, foram realizados 904 salvamentos, a maioria no Litoral Norte, e mais de 2.000 crianças participaram do Guarda-Vidas Mirim.

Saiba mais sobre as iniciativas do CBMRS de prevenção ao afogamento:

Guarda-Vidas Mirim: voltado a crianças entre seis e 12 anos, o projeto de educação preventiva dissemina boas condutas, levando os ensinamentos e cuidados básicos que se deve adotar para um banho seguro. Fornece orientações sobre os perigos no mar, significado das cores das bandeiras na beira da praia e os cuidados necessários para o banho no mar, rios, lagoas, piscinas e todos os locais considerados balneáveis.

Guarda-Vidas Temporário: todo ano, o CBMRS forma interessados em atuar em águas abertas e abrigadas (rios e lagos, por exemplo) durante a temporada de verão. A inscrição é mediante edital e a capacitação de 200 horas enfatiza condicionamento físico, capacidade técnica, preparo psicológico e, principalmente, a atuação proativa e preventiva a ocorrências de afogamento.

^{Texto: Letícia Jardim. Edição: Júlio Amaral / Ascom SSP-RS.}