Falhas no registro das ocorrências prejudicam controle estatístico e investigações
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A segunda parte do painel “O estágio atual das estatísticas criminais e policiais no Brasil: um panorama crítico”, ocorrida nesta segunda-feira (1º de abril) contou com a participação de Inácio Cano, doutor em sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e do diretor de Relações Institucionais da Secretaria da Justiça e da Segurança, tenente-coronel Martin Luiz Gomes. Ambos foram unânimes ao afirmar que falhas no registro de ocorrências prejudicam controle estatístico no Brasil.
Inácio Cano falou das deficiências de confiabilidade dos registros policiais e dos critérios nas definições das categorias criminais. Segundo ele, grande parte dos boletins de ocorrências (BOs) são registrados com falhas que poderiam ser evitadas.
'O não-preenchimento dos campos na ficha de ocorrência prejudica também a investigação policial”. Além disso, Cano explica que a metodologia utilizada para preencher os BOs não permite que sejam conhecidos, por exemplo, o número de vítimas num roubo a ônibus. “Quando acontece um assalto a transporte coletivo, apenas um fato é registrado, não incluindo o número de pessoas que estavam presentes”. Outro exemplo citado diz respeito aos homicídios, que juridicamente são crimes contra o patrimônio. “Na verdade é um crime seguido de morte” afirma.
O sociólogo da UERJ também apontou a falta de troca de informações entre polícia civil, militar e poder judiciário. Segundo ele, muitas vezes o investigador de polícia prende um delinqüente por um crime e o judiciário acaba condenando o réu por outro delito. “O investigador nem sabe o resultado daquele trabalho”, finalizou.
Já o tenente-coronel Martin Luiz Gomes mostrou como a Secretaria da Justiça e da Segurança (SJS) está organizando o Sistema de Informações Policiais (SIP) do Rio Grande do Sul.
Martin explica que, em maio, um total de 120 mil ocorrências serão incluídas no sistema. “Estes dados passarão por num processo de revisão”, garante o diretor. Segundo ele, a SJS já revisou 365.039 BOs. Destes, 62.184 apresentavam erros de codificação, o que corresponde a uma margem de erro de 17%.
O diretor apresentou ainda os principais erros cometidos no momento do registro do fato. Segundo ele, quando o endereço onde ocorreu o fato é desconhecido pelo policial, utiliza-se o algarismo código 1000, que substitui o logradouro. De todas as ocorrências que apresentavam este problema, 33% continham o código 1000. “Sem a identificação do local correto fica difícil investigar”, justifica.
Inácio Cano falou das deficiências de confiabilidade dos registros policiais e dos critérios nas definições das categorias criminais. Segundo ele, grande parte dos boletins de ocorrências (BOs) são registrados com falhas que poderiam ser evitadas.
'O não-preenchimento dos campos na ficha de ocorrência prejudica também a investigação policial”. Além disso, Cano explica que a metodologia utilizada para preencher os BOs não permite que sejam conhecidos, por exemplo, o número de vítimas num roubo a ônibus. “Quando acontece um assalto a transporte coletivo, apenas um fato é registrado, não incluindo o número de pessoas que estavam presentes”. Outro exemplo citado diz respeito aos homicídios, que juridicamente são crimes contra o patrimônio. “Na verdade é um crime seguido de morte” afirma.
O sociólogo da UERJ também apontou a falta de troca de informações entre polícia civil, militar e poder judiciário. Segundo ele, muitas vezes o investigador de polícia prende um delinqüente por um crime e o judiciário acaba condenando o réu por outro delito. “O investigador nem sabe o resultado daquele trabalho”, finalizou.
Já o tenente-coronel Martin Luiz Gomes mostrou como a Secretaria da Justiça e da Segurança (SJS) está organizando o Sistema de Informações Policiais (SIP) do Rio Grande do Sul.
Martin explica que, em maio, um total de 120 mil ocorrências serão incluídas no sistema. “Estes dados passarão por num processo de revisão”, garante o diretor. Segundo ele, a SJS já revisou 365.039 BOs. Destes, 62.184 apresentavam erros de codificação, o que corresponde a uma margem de erro de 17%.
O diretor apresentou ainda os principais erros cometidos no momento do registro do fato. Segundo ele, quando o endereço onde ocorreu o fato é desconhecido pelo policial, utiliza-se o algarismo código 1000, que substitui o logradouro. De todas as ocorrências que apresentavam este problema, 33% continham o código 1000. “Sem a identificação do local correto fica difícil investigar”, justifica.