Polícia Civil realiza segunda fase da operação Malus Doctor
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão de documentos, celulares e computadores
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A Polícia Civil, por meio da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, deflagrou nesta terça-feira (3/6) a segunda fase da operação Malus Doctor. As ações investigam grupo responsável por fraudes processuais em instituições financeiras e golpes em pessoas em situação de vulnerabilidade. A ação foi coordenada pela delegada Cristiane Machado Pires Ramos.
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão para documentos, celulares e computadores que serão analisados. “Os alvos da investigação eram o proprietário da financeira e colaboradores, responsáveis pela captação de novos clientes e de potenciais vítimas”, disse a delegada Cristiane Ramos. A empresa também fazia empréstimos consignados e recebimento de valores das vítimas, que acreditavam ser beneficiadas com as decisões judiciais sobre empréstimos realizados anteriormente.
O esquema
Na primeira fase da operação, as investigações revelaram um esquema que ajuizou mais de 145 mil ações judiciais, potencialmente fraudulentas, sendo 112 mil no Rio Grande do Sul e cerca de 30 mil em São Paulo. O principal investigado e líder do grupo é responsável por aproximadamente 47% de todas as ações movidas contra instituições bancárias no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
As fraudes envolvem representantes de uma empresa que abordava pessoas com a promessa de revisar judicialmente cobranças abusivas em empréstimos consignados. A empresa operava cobrando honorários de 30% sobre os valores supostamente recuperados. Após obterem documentos dos clientes, os investigados ajuizavam ações revisionais contra instituições financeiras. Posteriormente, os clientes recebiam valores em suas contas e, acreditando serem decorrentes das ações, repassavam parte à empresa. Os depósitos, no entanto, eram provenientes de novos empréstimos contratados sem o consentimento dos titulares. Ao perceberem descontos indevidos em seus benefícios previdenciários, as vítimas constatavam a fraude, mas não conseguiam mais contato com a empresa.
Texto: Dulce Mazer/Ascom SSP-RS. Edição: Dario Panzenhagen / Ascom SSP-RS