Programas Mediar e Galera do Bem da Polícia Civil promovem mediação de conflitos em comunidades do Estado
Ações visam a formação de mediadores e multiplicadores
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Em maio, 21 policiais civis participaram do curso de Mediadores de Conflitos, na Academia de Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Acadepol), em Porto Alegre (RS), sob coordenação do delegado Leonardo Scofano Osso de Azevedo, diretor da Divisão de Prevenção, Mediação, Justiça Restaurativa e Direitos Humanos. A capacitação visa fortalecer a atuação policial na escuta qualificada, na resolução pacífica de conflitos e na promoção dos direitos humanos. Em maio também foi concluída uma etapa do Programa Galera do Bem, com a formação de 14 multiplicadores, policiais capacitados para atuarem nos cursos de mediadores escolares em todo o Estado.
O programa Mediar existe desde 2015 e está disponível em 152 delegacias de polícia do Estado. É uma ação de justiça restaurativa que aplica a técnica da mediação entre pessoas que procuram as delegacias para a resolução de conflitos. O foco da ação está no futuro das relações e restabelecimento de convívio pacífico, como explica Ana Paula Rocha Almendros, agente que atua no programa desde 2015. “Por meio do diálogo e da reflexão, as partes envolvidas em um litígio podem encontrar uma solução por meio da mediação. Ao chegar à delegacia, um policial analisa a ocorrência e verifica se ela é passível de mediação amparada por legislação específica. Caso isso se confirme, os agentes fazem contato com as partes para ofertar a mediação e elas aderem voluntariamente, caso se interessem”, disse.
Já o programa Galera do Bem nasceu a partir do Mediar e tem o objetivo de formar líderes e vice-líderes de turmas em escolas para a mediação de conflitos. “O programa proporciona uma gestão adequada de conflitos, por meio de uma solução consensual e dialogada, além da proteção do ambiente escolar", afirmou o delegado Scofano. Desde 2018, foram realizadas 119 edições do programa em escolas do RS.
Ação nas escolas
Nas cerca de 100 escolas atendidas, os jovens desenvolvem habilidades como escuta ativa, empatia, comunicação não violenta e resolução pacífica de problemas no ambiente escolar. “O papel dos agentes nas escolas estaduais é fazer o policiamento comunitário e a integração com a comunidade escolar, procurando se conectar com a sociedade e resolver conflitos por meio do diálogo, e não através da violência”, disse o delegado Scofano.
Os policiais atuam como multiplicadores, em uma ação integrativa entre Polícia Civil e comunidades. "Junto ao programa, os estudantes são incentivados a resolverem seus próprios problemas. Isso é muito interessante, pois eles adquirem autonomia na gestão adequada de conflitos. Infelizmente, as crianças não contam tudo aos adultos, por isso é muito importante que o conhecimento de mediação chegue onde o conflito está", revelou o delegado.
Texto: Dulce Mazer/Ascom SSP-RS. Edição: Dario Panzenhagen / Ascom SSP-RS