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Projeto de desmanches do DetranRS poupa atmosfera de 471 mil toneladas de dióxido de carbono

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Corredor livre entre duas prateleiras de três andares para armazenamento de carcaças de veículos em um CDV.
Centros de Desmanche de Veículos (CDVs) credenciados ao DetranRS dão a correta destinação aos veículos em fim de vida útil - Foto: Divulgação/DetranRS

Com a regularização dos desmanches no Estado, o Departamento Estadual de Trânsito (DetranRS) quantificou que 471 mil toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser emitidas na atmosfera entre 2015, quando teve início o credenciamento das empresas, e 2021. A redução foi possível devido à reutilização de 214 mil toneladas de aço por meio da revenda de peças usadas ou da reciclagem. O levantamento, do Projeto de Monitoramento Ambiental Permanente da autarquia, foi divulgado nesta Semana Mundial do Meio Ambiente, comemorada entre 31 de maio e 5 de junho.

Nesses sete anos, mais de 271 mil veículos baixados (sucatas) deram entrada nos mais de 400 Centros de Desmanches de Veículos (CDVs) credenciados no RS. O volume de aço reaproveitado pela atividade dos CDVs é 12 vezes a quantidade de aço utilizada na construção da Nova Ponte do Guaíba ou seis vezes o volume de aço utilizado na construção do Burj Khalifa em Dubai, o prédio mais alto do mundo.

Além do aço, estima-se também a reutilização, reciclagem ou a destinação ambientalmente correta de 2,7 toneladas de zinco, 16 mil toneladas de borracha, 10 mil toneladas de vidros, 4 mil toneladas de chumbo, 6 mil toneladas de cobre, 21 mil toneladas de fluidos, 56 mil toneladas de ferro, 18 mil toneladas de alumínio e 27 mil toneladas de plásticos nesse período.

Volume de óleo coletado poderia contaminar água consumida por toda população do RS

Outro processo que merece destaque é a destinação de óleo lubrificante usado coletado das sucatas, que demoraria aproximadamente 300 anos para ser completamente degradado na natureza. Estima-se que os CDVs coletaram e encaminharam para reutilização (geração de energia no setor industrial) aproximadamente 1,2 milhões de litros de óleo usado.

Para se ter uma ideia, o óleo do cárter de um único automóvel descartado indevidamente pode contaminar um volume de água suficiente para abastecer uma família por aproximadamente 15 anos. Os 1,2 milhões de litros de óleo coletados pela rede de CDVs poderiam contaminar o equivalente ao volume de água consumido por toda a população do Rio Grande do Sul (11,3 milhões de habitantes) por um período de dois anos.

“O credenciamento dos CDVs pelo DetranRS contribuiu diretamente com a proteção do meio biótico (seres vivos) e do meio abiótico (ar, água e solo) nestes últimos sete anos. A partir dos números obtidos nesse monitoramento, será possível quantificar os benefícios do processo e apresentar para a população a importância do trabalho do DetranRS também na preservação ambiental”, explica o biólogo Denílson Almeida Santos, responsável pelo projeto.

O diretor técnico do DetranRS, Fábio Santos, acrescenta que as supervisões da autarquia nesses locais é de extrema importância, já que o armazenamento inadequado de sucatas e peças pode promover diversos danos ambientais como a contaminação do solo e da água por agentes químicos. “Além da proliferação de animais como roedores, mosquitos, escorpiões e cobras, o que representaria um risco sanitário à toda comunidade local”.

Combate ao comércio ilegal contribui para redução de roubos de veículos

O credenciamento das empresas interessadas em atuar com desmanche veicular no Rio Grande do Sul iniciou oficialmente em 2015, mudando de forma significativa como as sucatas e peças usadas eram descartadas no meio ambiente. A partir da  Lei Federal 12.977, regulamentada no Estado naquele mesmo ano, antigos ferros-velhos precisaram se modernizar e seguir regras de descontaminação, desmontagem, armazenamento de sucatas e descarte de material inservível para se credenciar como Centros de Desmanches de Veículos (CDVs).

Esse credenciamento exige, além de vários critérios legais, uma estrutura física que atende a parâmetros ambientais e sanitários como piso impermeável, canaletas de contenção de fluidos e área de descarte de material reciclável isolada e com cobertura. “O modelo dos CDVs no Rio Grande do Sul atrai Detrans e empresas de todo o país para conhecerem melhor o processo. Se os números voltados à redução de roubos de veículos e o combate aos desmanches irregulares passaram a ser reconhecidos, também vale destacar as ações positivas do DetranRS referentes à preservação ambiental” ressalta Cristiano Medeiros, chefe da Divisão de Desmanches da autarquia.

Em 2016, um ano após o credenciamento, foi lançada a Força-Tarefa da Operação Desmanche, para fiscalização e combate ao comércio ilegal de peças. A ofensiva aprimorou o combate à receptação e ao desmonte de veículos roubados, impedindo que estabelecimentos irregulares ou que vendam peças sem origem identificada continuem em funcionamento, com impacto direto na redução dos roubos de veículos. 

Entre janeiro e abril de 2022, houve redução de 20,9% em relação ao mesmo período do ano passado, com queda de 1.936 para 1.532 ocorrências desse tipo de crime. Comparado com o pico, em 2017, quando 6.649 condutores tiveram seus veículos levados por assaltantes nos quatro primeiros meses do ano, a marca atual representa retração de 77%, ou 5,1 mil roubos de veículos a menos.

A Operação Desmanche é coordenada pelo Departamento de Inteligência da Segurança Pública (Disp) da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em conjunto com DetranRS, Brigada Militar (BM), Polícia Civil (PC), Instituto-Geral de Perícias (IGP) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS). Até hoje, a ofensiva já teve 99 edições, visitou 53 municípios, realizou 74 prisões, interditou 148 estabelecimentos e apreendeu 7,4 mil toneladas de sucata sem procedência confirmada.  

Texto: Ascom DetranRS
Edição: Carlos Ismael Moreira/SSP

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