Polícia Civil desencadeia operação para combater lavagem de dinheiro procedente do tráfico de drogas
Agentes cumpriram 143 ordens judiciais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina
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A Polícia Civil lançou a Operação Costa Nostra, nesta terça-feira (03/07), com o objetivo de combater uma organização criminosa suspeita de praticar lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas por meio da aquisição de imóveis e de uma pousada no litoral do Estado de Santa Catarina. A ação foi desencadeada pela Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DRLD/DHPP).
Durante a manhã, os agentes cumpriram 143 ordens judiciais, sendo 38 mandados de busca e apreensão, cinco de sequestro de imóveis, oito restrições de veículos, 22 bloqueios de contas bancárias, 44 quebras de sigilo bancário e fiscal, 25 quebras de sigilo telemático e uma ação controlada. As ações foram realizadas nos municípios de Porto Alegre, Gravataí, Capão da Canoa, Tramandaí, Camboriú (SC), Palhoça (SC) e Porto Belo (SC). Até o momento, foram apreendidos R$ 40 mil, cinco veículos, duas motos, celulares, documentos e uma arma de fogo.

A investigação teve início após o encerramento de um inquérito que apurava uma tentativa de homicídio ocorrida em julho de 2023. Segundo o delegado titular da DRLD/DHPP, Rodrigo Pohlmann Garcia, as investigações constataram um patrimônio estimado em R$ 8 milhões vinculado ao grupo, principalmente por meio de investimentos no litoral catarinense. “Essa organização criminosa está sediada em Camboriú há mais de três anos. Em 2024, inclusive, investiram recursos em uma pousada à beira-mar, localizada na Praia do Caixa D’Aço, uma área muito valorizada em Porto Belo. Também adquiriram uma residência em Camboriú avaliada em mais de R$ 3 milhões, além de uma empresa de lavação. Em Porto Alegre, uma das residências sequestradas está avaliada em R$ 1,2 milhão. As investigações apontam ainda que o grupo possui uma lancha, um jet ski, uma moto e veículos de luxo”, afirmou.

O delegado também ressaltou que os investigados não apresentam fontes de renda lícitas que justifiquem o expressivo aumento patrimonial. “Chama a atenção o volume de movimentações financeiras realizadas pela organização criminosa em curtos períodos. Constatou-se que a companheira de um dos líderes do grupo movimentou 1,6 milhão entre setembro e dezembro de 2024. A companheira de outro integrante moveu cerca de R$ 800 mil entre agosto de 2022 e fevereiro de 2023. Um dos 'laranjas' teria movimentado R$ 1,14 milhão de maio a julho de 2022, enquanto outro movimentou um total de R$ 4,5 milhões.”, explicou.
Por fim, o diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza, destacou o objetivo de fragilizar financeiramente os grupos criminosos. "O combate ao crime de lavagem de dinheiro visa enfraquecer o poder financeiro das organizações criminosas, justamente para impedir que recursos ilícitos sejam usados no financiamento de homicídios", finalizou.
Texto: Ascom/Polícia Civil Edição: Leonardo Fister/Ascom SSP-RS