Suspeita de planejar morte da mãe e executar irmão é presa em operação Frater Malus
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A Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ªDPHPP) de Porto Alegre, com o apoio da Polícia Penal e da Brigada Militar, deflagrou a operação Frater Malus, que investiga a participação de um membro de organização criminosa como mandante e outros suspeitos de executar homicídio. Em abril, uma jovem de 21 anos havia planejado matar a própria mãe e o padrasto, mas terminou executando o irmão, de 17 anos.
Gabriel Borges, delegado titular da 1ª DPHPP de Porto Alegre, destacou as circunstâncias do crime. “Este caso tem a peculiaridade de ser um homicídio praticado por uma mulher envolvida no crime organizado em um contexto familiar. No dia 23 de abril de 2025, na intenção de matar sua mãe e o atual companheiro dela, a principal investigada foi conduzida por seu pai com outros dois criminosos até a residência da mãe. Ao chegarem no local, não encontraram as vítimas que pretendiam executar. Contudo, em razão de disputas antigas, o namorado da suspeita ordenou, por videochamada, que um adolescente, irmão da principal suspeita, fosse executado e a casa deles fosse incendiada”, disse.
Embora mãe e filha tivessem um histórico de desavenças, a jovem é companheira de membro de uma organização criminosa que atua na região, suspeito de ser o mandante, enquanto a mãe da investigada passou a se relacionar com integrante do grupo criminoso rival. “Essa relação familiar conturbada, somada aos relacionamentos amorosos com membros de organizações criminosas, motivou os delitos”, esclareceu Borges.
Três pessoas foram presas durante o cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na cidade de Viamão e em uma casa prisional. Um veículo e celulares também foram apreendidos durante a ação, que contou com a participação de 60 policiais civis. De acordo com o delegado Rafael Pereira, diretor da Divisão de Homicídios da Capital, todos os envolvidos identificados até o momento tiveram sua prisão preventiva decretada pelo Judiciário. “A suspeita foi identificada por moradores, por já ter residido na vizinhança. A prisão dos envolvidos neste homicídio é de suma importância para evitar o prosseguimento do conflito e para responsabilizar os autores deste crime repugnante."
A mulher possui antecedentes por estelionato. Os outros dois presos envolvidos na execução do homicídio possuem antecedentes por tráfico de entorpecentes, homicídio doloso, roubo e ameaça. Os presos serão encaminhados ao sistema prisional e os trabalhos investigativos e operacionais prosseguem face à organização criminosa.
Conforme o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Mario Souza, a prisão contribuiu para a dissuasão de outros potenciais criminosos de cometerem crimes violentos intencionais contra a vida: “a Polícia Civil vai colocar toda sua energia em cada morte que ocorrer, para elucidar e prender todos os envolvidos”.
Texto: Dulce Mazer
Edição: Dario Panzenhagen